quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Os mundos das Qlipot

 26, dezembro, 2024 – 25, Kislev

No começo da noite havia visto a letra Shin e alguém apontava para as as suas três colunas me remetendo a sua coroa e dizia alguma coisa da qual não me recordo.

Depois sonhei que segurava um pequeno coco e o contemplava observando os ensinamentos do Baal HaSulam sobre as quatro Qlipot. Eu o comia a partir da parte mais macia até a casca dura e analisava sua consistência em cada fase me lembrando do que está escrito no Talmud Eser Sefirot de que o objetivo da existência das Qlipot é conter a Luz para que a Criação possa acontecer, assim como a casca de um fruto protege a semente e é como um molde para ela. Elas permitem que a Luz obtenha consciência.

O significado desse sonho é...

Não existe mal no Criador, somente Misericórdia e absolutamente tudo é para o benefício das Almas, portanto, aquilo que compreendemos como mal nada mais é que um meio pelo qual a correção da Criação é possível. No começo, para que a Criação pudesse se tornar parceira do Criador na sua própria existência, Ele que preenche tudo se retirou deixando um vazio, esse vazio estava impregnado das memórias do “desejo pelo Criador”, o último estágio desse desejo e tudo o que ele conhece é somente o anseio de ser preenchido por Ele (novamente). Neste ponto o que chamamos de Mal acontece, pois o extremo desejo de ser preenchido sem quaisquer faíscas do desejo de agradar ao seu Criador é uma forma disforme da forma do seu Mestre que faz com que a criatura se autodestrua, pois a Luz não pode entrar nesses recônditos muito ocultos e egoístas, contudo mesmo esse distanciamento é extremamente necessário para que o vaso se torne consciente de sua existência e possa assim merecer o seu Criador.

Para evitar tal dessemelhança, múltiplas cortinas são levantadas sobre a Criação e elas passam a repelir a Luz que desce em sua direção continuamente vestindo-as de uma nova intenção, pois tanto quanto o Criador deseja preencher, a criatura deseja ser preenchida; a medida em que a excitação de cima é atraída para o seu vaso abaixo e o desejo do vaso clama por ela, ambas se lançam contra (zivug por choque) a dureza das cortinas purificando-as, essa purificação é o que chamamos de a correção do desejo de receber que agora recebe a luz para dá prazer ao Seu Mestre.



Se o kli só possui o desejo de receber do nível de Keter o mais sútil, então ele só consegue atrair a luz da Nefesh e a sua altura é pequena, se o seu desejo é duas vezes mais no nível de Chochmah, então ele só consegue atrair até a Luz de Ruach e daí você compreende que quando o kli possui todos os seus níveis de desejo de receber, ou seja, Malchut, então a sua cortina pode repelir muito mais luz conseguindo vestir a completude dos níveis que lhe chegam (NaRanChaI) e agora sim toda a intenção inicial do Criador é alcançada e nenhuma Luz é negada à Malchut. E tudo isso é um grande milagre.

Essas são as correções que produzem a estrutura de Altura dos Mundos Espirituais e a sua forma (Sefirot) tal como a conhecemos. Agora a Criação possui uma semelhança com o seu Mestre, pois há nela o anseio de doar, e se torna então a Parceira dele em sua própria Criação.

A palavra coco (קוֹקוּס) em hebraico é igual a 240 de Amalek, esse é o nome das três Qlipot que cercam a Santidade e correspondem à correção final do Kli.

As coroas nas letras dizem respeito a um nível de compreensão acima do Sod que são chamados “os segredos ocultos da Torah” e que serão revelados somente na Época do Messias. As coroas (tagin) são as memórias das dez luzes que foram purificadas e antes compunham o corpo do partzuf, ou seja, depois de ter elevado essas dez luzes ao status de cabeça do partzuf, dez impressões dessas luzes permaneceram no Guf (corpo). O que acontece é que toda vez que a luz preenche um local e depois se oculta nele, ela é como se deixasse essas memórias e elas são responsáveis por reproduzir a estrutura das sefirot daquele nível superior para o nível abaixo. Um mundo é composto de Rosh, Guf e Sium (cabeça, corpo, fim - pernas) e cada um deles contem uma árvore completa que precisa ser retificada para originar outro mundo e o processo se replica, esse processo é chamado Encadeamento dos Mundos (Seder Hishtalshelut).



Isto pode ser compreendido melhor através do Etz Chaim do Rabino Chaim.


Um comentário:

O GILGUL DE UMA ALMA JUDAICA

23, JUNHO, 2022 Entrei em uma realidade paralela, eu estou na primeira casa onde morei, sou mais jovem, estou bastante preocupada vasculhand...