quarta-feira, 19 de novembro de 2025

AS LEIS DO PENSAMENTO

 Espaço haykla arazuta: UM REMEZ DE SHABAT (28, CHESHVAN) PARA EXPANDIR BINÁ CULTIVANDO O INTELECTO E PROTEGENDO O SEU PENSAMENTO DE FALHAS:

Tehilim 92:4 “Sobre o instrumento de dez cordas (asor) e sobre o saltério (nevel); sobre higayon (meditação sonora) com a lira (kinnor).”
O versículo descreve os instrumentos musicais usados no cântico de Shabat no Templo. A palavra Higayon (היגיון) usada pelo recitante para indicar uma melodia, um cântico meditativo, pode ser interpretada no nível remez como "o pensamento/raciocínio estruturado", pois Higayon também é traduzido como "a arte da Lógica".
Ora, quando o salmista diz “עֲלֵ֖י הִגָּי֣וֹן” — literalmente “sobre o higgayon ”, devemos compreender que ele está organizando o seu intelecto para alcançar (hasagá) corretamente os assuntos intelectuais (muskalot) no que diz respeito à Existência, conforme explica o Ramchal em seu livro Sefer haHigayion:
"Eis que todo o esforço do intelecto (ha-séchel) e sua aplicação é para apreender as coisas conforme a sua verdade. Entretanto, pode acontecer que ele se engane nelas, e aquilo que compreende delas seja falso; portanto, necessita de um estudo para saber reconhecer os pontos de tropeço nos quais pode cair, e saber como se guardar deles, até que sua apreensão (hasagá) seja verdadeira. (...)
Quando contemplamos (nashkif) as criaturas da terra e aquilo que lhes sucede, vemos que Hashem deu aos seres humanos uma parte grande na ordenação (yishuvo) deste mundo e na complementação (hashlamat) de toda a sua plenitude; até que podemos dizer que a Criação de Bereshit, no que diz respeito a essa parte, não foi senão como um começo para estas existências e como potencialidades (kochaniyot) para a sua complementação. Porém, a complementação em ato foi entregue inteiramente ao homem.
E já nos ensinaram nossos Sábios, de memória bendita, sobre a verdade deste assunto, quando disseram que tudo o que foi criado na obra da Criação necessita de tikun; o trigo necessita moagem, os tremoços necessitam adoçamento, e assim todos eles.
E encontramos ainda que Turnus Rufus perguntou a Rabi Akiva: “Quais obras são mais belas — as do Céu ou as da carne e sangue?” E ele lhe respondeu: “As da carne e sangue são mais belas.” E, para confirmar suas palavras, trouxe-lhe espigas e pães assados, e lhe disse: “Qual deles é mais belo?”
E realmente nossos olhos veem que todas as coisas naturais, quando deixadas à sua natureza sem o trabalho e a ação do homem, fazem aquilo que está em sua lei natural, mas não em perfeição; e quando o homem se ocupa com elas e ajuda a sua natureza, ordenando seus resultados na ordem apropriada, então aparecem de modo mais claro, completos e belos — e isso é simples.
Por exemplo: uma árvore, se deixada à sua natureza sem cultivo, mesmo dando o fruto próprio à sua espécie, não se igualará em sabor ou em beleza ao que dará quando for cultivada. E a própria terra que não for trabalhada, adubada e cuidada, ou não dará fruto algum, ou o dará magro e deficiente — exceto em alguns poucos lugares onde a preparação natural é tão abundante que não necessitam de trabalho, mas isso não é o caso geral.
Conclusão do assunto: o Criador, bendito seja, deixou aos seres humanos aquilo que está ao alcance de suas mãos, para que cresçam com seus esforços aquilo que o teva (natureza) produz.
E o mesmo ocorre com o intelecto do homem: embora a capacidade de compreensão (hasagá) esteja nele naturalmente desde o princípio, se não for trabalhado, será como a árvore não cultivada e como a terra sobre a qual não se prestou atenção; pois, embora não deixe de compreender muitas coisas — assim como a árvore não deixa de dar seu fruto natural —, ainda assim sua compreensão após ter sido trabalhada não se igualará à compreensão sem esse trabalho, assim como o fruto da árvore cultivada não se iguala ao fruto sem cultivo.
E assim como ele necessita aprendizado nos objetos da realidade — isto é, todos os muskalot (conceitos inteligíveis) que são sua ocupação — e sem isso seu entendimento não sairá do potencial ao ato, assim necessita estudo da própria hasagá (faculdade de compreender), para que sua compreensão dos muskalot seja completa, ordenada, e não deficiente ou confusa.
E realmente, para esse fim, os sábios que nos precederam se esforçaram em organizar as ordens da hasagá e esclarecer suas leis corretamente, observando o que ocorre ao intelecto em suas compreensões — proveniente da hasagá e da ignorância, da imagem verdadeira e da falsa — para que se saiba do que deve o homem se guardar em sua hitbonenut (contemplação analítica), a fim de não errar, e do que deve se apoiar para alcançar a verdade.
E toda esse estudo é o que se chama Melechet HaHiggayon (a Arte do Raciocínio / a Lógica).
(...) Rogo-te, leitor querido: pára e contempla (עמוד והתבונן – amod vehitbonen), ouve, acrescenta ensino e conhecimento, e será deleite para tua alma."
Shalom, Razá Ilaá! 😻🖖🏼

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